O procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação
Lava Jato em Curitiba, calculou nesta sexta-feira (9), que o valor total
das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema de corrupção da
Petrobras e outras estatais e órgãos públicos chega a pelo menos R$ 10
bilhões.
Ao defender as delações premiadas como “o motor” da operação,
Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto
de gasolina suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco
esquema de corrupção.
“As colaborações premiadas agilizam as investigações, funcionam como
agentes catalisadores que potencializam a investigação. Antes da
primeira colaboração tínhamos uma investigação envolvendo R$ 26 milhões.
Depois das colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$
10 bilhões. Não são pontos de chegada, mas ótimos pontos de partida. Não
abreviam o caminho, mas temos um vislumbre do caminho mais provável
para chegar às provas e evidências que precisamos para acusar alguém”,
disse o procurador.
“Temos corrupção descoberta em outros órgãos públicos além da
Petrobras, como Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Caixa
Econômica Federal , Eletronuclear e outros casos ainda em investigação”,
afirmou.
Somente na estatal do petróleo, foram pagas propinas de R$ 6,2
bilhões, mas os prejuízos gerais da empresa são de cerca de R$ 20
bilhões, segundo Dallagnol. Para chegar a este valor, o procurador somou
as propinas com superfaturamento de contratos.