Sites e blogs com posicionamento pró-governo da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT) estão sem receber recursos do gverno federal desde junho,
com a assunção de Michel Temer (PMDB).
Levantamento feito pela Folha na
Secretaria de Comunicação da Presidência, na Petrobras, no Banco do
Brasil, na Caixa Econômica e no BNDES registra pagamentos feitos em
junho como residuais a maio. Desde então nenhum dos 13 sites listados
recebeu dinheiro - são eles Brasil 247, Carta Maior, Conversa Afiada,
Diário do Centro do Mundo, Site Jornal GGN, Blog do Luís Nassif, Portal
Fórum, Opera Mundi, Brasil Econômico, O Cafezinho, Sidney Rezende e
Viomundo. A medida teria sido tomada após ordem de Temer para fazer um
pente-fino na publicidade, sob alegação que "dinheiro destinado à
publicidade não deve financiar opinião, mas sim produtos jornalísticos
de interesse público".
Entre janeiro e dezembro de 2015, foram pagos R$
5,1 milhões aos sites e blogs, entre os quais estão o Blog do Luís
Nassif (R$ 746 mil), o Brasil 247 (R$ 732 mil), o Diário do Centro do
Mundo (R$ 194 mil) e o Conversa Afiada (R$ 333 mil), do jornalista Paulo
Henrique Amorim. Segundo a Folha, até junho de 2016 foram pagos R$ 1,5
milhão. Desde então não há registros de liberação. O Banco do Brasil
pagou R$ 500 mil ao Blog do Nassif em 2015 e R$ 113 mil entre janeiro e
maio deste ano; R$ 491 mil para o Brasil 247 em 2015 e mais R$ 120 mil
nos cinco primeiros meses deste ano; já o Conversa Afiada recebeu do BB
R$ 199 mil em 2015 e R$ 44 mil neste ano.
O banco suspendeu os
pagamentos desde maio, sob justificativa de que adota o critério de
"cobertura, penetração e afinidade dos veículos". A Caixa e a Petrobras
declararam que não têm mais investimentos nesses veículos. A Secretaria
de Comunicação do governo federal registrou repasses de R$ 870 mil ao
grupo de sites e blogs, entre janeiro de 2015 e maio de 2016. O BNDEs
afirmou que não há previsão de repasses para os sites em 2016, que
receberam ano passado R$ 504 mil pela campanha 'BNDES Transparente' - a
verba foi distribuída também para 32 jornais, entre eles Folha, O Globo e
O Estado de S.Paulo.
Em entrevista ao portal da Revista Imprensa, em
julho, Nassif disse que os cortes são "censura política". Paulo Henrique
Amorim chegou a escrever que uma das primeiras medidas "do governo
interino - e ilegítimo - de Temer foi o cerceamento da mídia alternativa
no Brasil".