31.10.10

Força Nacional ocupa área de conflito em Pau Brasil

A presença de 30 policiais da Força Nacional neste domingo, 31, em Pau Brasil, deixou os índios pataxós Hã-Hã-Hãe na expectativa de que a determinação da Justiça Federal seja cumprida e ocorra a prisão de sete lideranças da aldeia Caramuru-Paraguaçu. O líder pataxó, Agnaldo Francisco Santos, um dos que estariam com prisão decretada, disse que a comunidade ficou assustada. “Na última quarta-feira tivemos uma reunião com o delegado da Policia Federal, Fábio Marques, na qual denunciamos o clima de tensão com a presença de pistoleiros armados ao redor das seis fazendas que retomamos no último dia 5, e, na quinta-feira, fomos surpreendidos com os mandados de prisão”, afirmou Santos. Segundo ele, a Procuradoria da República informou que estaria entrando nesta segunda-feira, 1º, com pedidos de habeas corpus para todo o grupo, integrado ainda pelo cacique Gerson Melo, pelo filho do cacique, Jefferson de Souza Melo, por Maria de Souza Melo e Leônidas Souza, irmã e sobrinho do cacique, além de Ideildes Santos e Lindalva Santos. Todos estariam sendo acusados de formação de quadrilha, esbulho possessório, desordem pública e incentivo à violência. O líder pataxó disse ainda que toda a comunidade indígena está tranquila, aguardando os acontecimentos, mas vigilante para defender o território, caso haja qualquer incidente. “Queremos dialogar, mas não vamos aceitar que a polícia invada nosso território, avisou Agnaldo Santos. O delegado Fábio Marques não confirmou os mandados de prisão contra lideranças indígenas e disse que a presença da Força Nacional na área de conflito entre índios e fazendeiros tem o objetivo de pacificar a região. Neste domingo, os policias fizeram um vistoria na estrada que liga Pau Brasil e Itaju do Colônia para reconhecimento da área onde ficam as seis fazendas retomadas pelos pataxós. Eles retiraram duas barreiras que os índios teriam feito na altura das fazendas, Boa Vista e Santa Maria, e estaria impedindo a passagem de empregados que iriam votar no centro da cidade, segundo denúncia feita por um fazendeiro na delegacia local